Antes de tudo, o que é uma Capucheta? pela imagem você deve ter percebido que se trata de uma “pipa” estilizada e de baixíssimo custo – bastando uma folha de papel jornal, linha de “pipa” e uma boa dose de vento. Simples e eficaz não é?
Dentro das pesquisas para escrever esta pequena reflexão, qual não foi a surpresa em encontrar empresas de consultoria, treinamento, gestão, coaching entre outros com este mesmo nome. Fabuloso! pois a inspiração que esta simples, porém complexa! solução oferece, tem inspirado a muitos – inclusive a quem escreve este mini artigo.
Apresentações devidamente feitas, a Capucheta vem ao longo do tempo representando a Criatividade, Independência e Ousadia. Sim, tudo isto num simples brinquedo de papel : barato e de fácil acesso a todas as classes sociais.
O motivo de trazer este icônico brinquedo a esta discussão, remonta aos anos 1970 quando em meio ao tédio tradicional de uma criança de menos de dez anos na parte da tarde de um domingo solitário; ela resolveu se inspirar e construir uma bela Capucheta, garimpando pequenos pedaços de linha de costura de sua Mãe para montar o segundo ingrediente desta brincadeira (lembra-se?) : a linha de “pipa” que esta criança também não tinha disponível. Já o terceiro ingrediente: o vento – este soprava firme sob um céu azul convidativo naquela tarde.
Em meio à brincadeira solitária, este menino percebeu uma grande pipa (alguns chamavam de Maranhão) que de forma impiedosa cortava a linha de todas as outras pipas e sem pedir licença. Ele reinava isolado e imponente nos céus até que…por alguma razão..percebeu como um A380 perceberia um “teco teco” muito abaixo de seu plano de voo – a Capucheta. A partir deste momento o que se viu foi uma série de manobras para descer de sua altitude ao plano de voo de uma Capucheta – de poucos metros acima do solo e desferir poderosos ataques para cortar sua linha.
Pequena, de baixo custo e rápida em seus movimentos; a pequena Capucheta – ao estilo David x Golias decidiu revidar e com manobras possíveis ao seu tamanho e envergadura; conseguiu embaraçar totalmente o “Maranhão” em sua própria rabiola. Resultado? um colapso total: o Maranhão e a Capucheta se embrenharam em uma luta de embaraços de rabiolas e depois muito puxa daqui, estica dali…incompreensivelmente a Capucheta saiu ilesa (com pequenos cortes em sua estrutura) e o Maranhão….caiu na vertical …provavelmente pelo seu próprio peso em meio à volumosa rabiola.
O que se seguiu foi uma série de aplausos a quem estava à frente do pequeno quintal daquele menino e gritos de desabafo contra aquele “ser” que tomava conta dos céus.
Fim da história? aquele dia me ensinou muito sobre momentos de grandes desafios com poucos recursos. Ensinou-me também sobre persistência e fé nos objetivos; pois até hoje me deparo com alguns “maranhões” e seus desafios.
Prof. Reinaldo Nogueira
O menino que derrubou o “maranhão”